"Jane Austen acertou. Duplamente. Como literatura e como aviso. O amor
não sobrevive aos ritmos da nossa modernidade. O amor exige tempo e
conhecimento. Exige, no fundo, o tempo e o conhecimento que a vida
moderna de hoje não permite e, mais, não tolera: se podemos satisfazer
todas as nossas necessidades materiais com uma ida ao shopping do
bairro, exigimos dos outros igual eficácia. Os seres humanos são apenas
produtos que usamos (ou recusamos) de acordo com as mais básicas
conveniências. Procuramos continuamente e desesperamos continuamente
porque confundimos o efêmero com o permanente, o material com o
espiritual. A nossa frustração em encontrar o "amor verdadeiro" é apenas
um clichê que esconde o essencial: o amor não é um produto que se
compra para combinar com os móveis da sala. É uma arte que se cultiva.
Profundamente. Demoradamente."
João Pereira Coutinho - Colunista da FolhaOnline
Leia na íntegra:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult2707u29.shtml
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